Recogida de Firmas POLO NOSSO DIREITO A DECIDIR: ABORTO LIBRE
Para: goberno espanhol
POLO DIREITO A DECIDIR SOBRE NÓS MESMAS
IMPIDAMOS QUE NOS ROUBEM O CORPO
O corpo das mulheres é desde há milénios o principal campo de batalha do patriarcado. Excluir-nos dele, possuí-lo, controlá-lo, negar-nos o direito básico à soberania da nossa corporalidade foi, é, um dos grandes objetivos e umha das grandes obsessons da ideologia patriarcal. Quitando-nos o direito ao nosso corpo e fazendo-se eles os seus donos tinham, tenhem, o poder de decidir sobre as nossas sexualidades, sobre a nossa maternidade, sobre o nosso trabalho...sobre as nossas vidas.
Por isso, o direito das mulheres ao aborto, reclamado historicamente desde o feminismo, vai mesmo além da decisom de levar a término ou interromper umha gravidez, supom reclamar o mais básico e fundamental de todo o que nos roubárom: o nosso corpo.
Desde que existe o patriarcado, o aborto provocado estivo sempre sob o controlo masculino. De acordo em cada contexto com as suas ideologias, com os seus credos religiosos ou com as suas razons económico-demográficas, o patriarcado reservou-se, reserva-se, o direito de intervir legalmente sobre o corpo das mulheres através da legislaçom sobre o aborto, já for para dizer que é delito, que nom o é, ou em que supostos e prazos pode ser legal e em quais nom.
Essa mesma ideologia que nos aliena do nosso corpo é a que lhes atribui o direito a bater-nos, violar-nos ou assassinar-nos. Também a legislaçom sobre estes aspectos está nas suas maos e é a razom patriarcal a que decide que, como, quando e onde as agressons som delito.
Por isso as mulheres temos que elevar hoje as nossas vozes num berro único e dizer: ABONDA. O NOSSO CORPO É NOSSO. RESPEITEM-NO. SÓ NOS DECIDIMOS SOBRE ELE.
O governo espanhol acaba de anunciar umha modificaçom da lei do aborto que longe de avançar na restituiçom do direito a decidirmos por nós mesmas, recortam-nos ainda mais a já minguada capacidade de eligir. Quitar-nos o direito a abortar supom na prática impor a maternidade obrigatória . Nós, pola contra, reclamamos o nosso direito a ser nais quando queiramos, sempre que queiramos, todas as vezes que queiramos, mas só quando NÓS queiramos.
Temos que impedir que essa reforma saia adiante. Baixo os seus argumentos de defesa do nom nato esconde-se a vontade de recuperar os poucos centímetros que tínhamos ganhado nesta guerra em que as mulheres somos ao tempo vítimas e campo de batalha.
Non queremos alongar-nos falando da sua hipocrisia e dupla moral, do insulto que supom ouvi-los falar de direitos dos nom nascidos quando som os primeiros em vulnerar os direitos de quem já nasceu; do dolorosamente ofensivo que é escuitá-los pregoar o direito à vida quando as suas políticas condenam milhons de nenos e nenas a morrer de fame, malária ou sida, a viver escravizados pola pobreza, o analfabetismo, e à exploraçom em fábricas inumanas ou em prostíbulos sacrificando-lhes a infáncia para o seu ganho económico.
Non podemos falar disso, mais sabemos que para eles, os direitos dos nom natos rematam quando nascerem e a sua preocupaçom por eles nom é mais do que umha andrómena atrás da qual esconder o seu verdadeiro interesse: perpetuar o seu controlo sobre o corpo das mulheres, o seu domínio sobre nós.
Non permitamos que continuem expropriando-nos o nosso corpo.
NEM PP, NEM PSOE, NEM JUÍZES, NEM CREGOS
NEM PRAZOS, NEM SUPOSTOS
AS MULHERES DECIDIMOS
ABORTO LIVRE E GRATUITO
REDE FEMINISTA GALEGA